segunda-feira, 30 de dezembro de 2024
Retrospectiva literária 2024 (atualização)
segunda-feira, 2 de dezembro de 2024
Poetando por aqui
Mesmo que ela não queira
Ser vivida.
Aproveita o momento,
Mesmo que ele
Pareça insignificante.
Usa aquele sapato,
Porque todos os momentos
São especiais.
Come aquele chocolate,
Porque a vontade é urgente.
Abre aquele vinho,
Porque tu és tua melhor companhia.
Lê aquele livro,
Porque as palavras querem habitar tua mente.
Escreve aqueles versos,
Porque o sentimento não deve ser aprisionado.
Aproveita o dia,
Porque o amanhã...
Quem sabe o que é o amanhã?
terça-feira, 5 de novembro de 2024
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
Poetando por aqui
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
Poetando por aqui
terça-feira, 8 de outubro de 2024
Poetando por aqui
quarta-feira, 2 de outubro de 2024
Poetando por aqui
segunda-feira, 30 de setembro de 2024
Poetando por aqui
sábado, 28 de setembro de 2024
Poetando por aqui
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
Poetando por aqui
terça-feira, 24 de setembro de 2024
Poetando por aqui
Poetando por aqui
segunda-feira, 16 de setembro de 2024
Poetando por aqui
terça-feira, 10 de setembro de 2024
Poetando por aqui
domingo, 25 de agosto de 2024
Poetando por aqui
segunda-feira, 19 de agosto de 2024
Poetando por aqui
Mais um dia se vai
Segundos, minutos,
O tempo escorre
Deixando um vazio,
Um oco, um vácuo...
À luz da lua,
Grito para uma estrela cadente
Trazer-me você
Só mais uma vez
Por toda a eternidade,
Por mais uma vida
Ao teu lado.
segunda-feira, 12 de agosto de 2024
Poetando por aqui
sábado, 3 de agosto de 2024
Poetando por aqui
Apesar de brilhar por sua causa,
Ela se deixa admirar.
Já o sol, não.
Se olhamos para ele,
Podemos cegar,
Mas se olhamos para ela,
No pior dos casos
Podemos nos apaixonar.
--
Tempo...
Será que tenho quanto?
Se olho para trás,
Não me resta muito.
Se olho para frente,
Já gastei demais.
Se olho para o espelho,
Tenho dúvidas:
Aproveitei?
Desperdicei?
Só sei que,
Independente
Dos ponteiros
Que giram
Ou da areia que cai,
Ele é o verdadeiro juiz
De nossas ações.
domingo, 28 de julho de 2024
Poetando por aqui
quinta-feira, 18 de julho de 2024
Cansado
Quando o medo, a tristeza e a decepção batem à porta, eu abro, pois estou simplesmente cansado.
terça-feira, 16 de julho de 2024
domingo, 7 de julho de 2024
Desejos obscuros
Manhã de lágrimas
Tarde
de chuva
Noite
vazia
Só
lembranças
Um
ser atormentado
Desiludido,
acabado
Desejando
o inominável
Um
fim desta vida execrável
Um
fim definitivo
Inquestionável
Um
fim de tudo
Da
dor, da culpa
Do
sofrimento
Um
fim além do material
Um
fim
Da
existência
Da
esperança
De
mim
quinta-feira, 4 de julho de 2024
Tu
Ah, meu amor...
Tu és minha luz na escuridão,
És a mais bela rosa do meu jardim...
Tu que tens a chave do meu coração,
És a única a calar este pranto sem fim.
Ah, meu amor...
Tu és meu sol na manhã dominical,
És uma abelha sugando meu mel...
Tu que tens o cheiro do orvalho matinal,
És a única a tirar de minha boca este fel.
Ah, meu amor...
Tu és como um pássaro, linda, solta,
És a areia fina na qual hei de me deitar...
Tu que tens a força de águas revoltas,
És a única capaz de, por amor, me matar.
Ah, meu amor...
Tu és como o fogo, quente, sensual,
És a brisa fresca que vem me refrescar...
Tu que tens o poder de ser imortal,
És a única a quem poderia me entregar.
Ah, meu amor...
Tu és meu pecado, desejo carnal,
És minha vida, minha luta, minha razão...
Tu que tens capacidade de me fazer bem ou mal,
És a única a adentrar meu coração.
segunda-feira, 1 de julho de 2024
Nas Montanhas da Morte: A Saga de Florencia e Guillermo
Era uma tarde tranquila quando
Florencia e Guillermo decidiram explorar as montanhas remotas no interior da
Argentina. O ar fresco e o som distante dos riachos faziam parecer que estavam
em um paraíso escondido, longe da agitação da cidade. Com suas mochilas cheias
e corações cheios de aventura, eles partiram sem imaginar o pesadelo que os
aguardava.
Conforme a tarde avançava, as
nuvens começaram a se acumular, escurecendo o céu. O casal se viu envolto por
uma neblina espessa que obscurecia a trilha. Eles tentaram seguir os sinais,
mas logo perceberam que estavam perdidos. A ansiedade crescia com a chegada da
noite, e o frio se tornava mais intenso.
Decidiram montar acampamento
próximo a uma caverna, acreditando que seria um refúgio seguro até o amanhecer.
No entanto, à medida que a noite caía, sons estranhos ecoavam ao redor deles.
Florencia e Guillermo se entreolharam, tentando manter a calma, mas a tensão
era palpável.
De repente, o silêncio foi
quebrado por um gemido gutural. Do interior da caverna, surgiram figuras
disformes, com olhos opacos e pele cadavérica. Eram seres mortos-vivos,
condenados a vagar eternamente pela montanha. Florencia e Guillermo congelaram
de terror enquanto as criaturas se aproximavam lentamente, seus olhos vazios
fixos nos corações pulsantes dos jovens.
"Precisamos sair
daqui!", gritou Guillermo, agarrando a mão de Florencia. Eles correram,
mas os mortos-vivos eram rápidos, movidos pela fome insaciável de corações
humanos. Em um momento de desespero, Florencia tropeçou e caiu. Guillermo
tentou ajudá-la, mas uma das criaturas já estava sobre ela, pronta para atacar.
De repente, uma ideia passou pela
mente de Guillermo. Ele se lembrou de uma lenda indígena que ouvira na
infância, sobre um antigo punhal escondido em uma caverna nesta mesma montanha,
capaz de aniquilar os mortos-vivos ao atravessar seus cérebros. Com um novo
senso de propósito, ele puxou Florencia e correu em direção à caverna que
haviam visto antes.
Entraram na caverna e começaram a
procurar freneticamente. O som dos mortos-vivos se aproximava, cada vez mais
alto. Finalmente, Guillermo avistou algo brilhando em uma fenda na rocha. Era o
punhal! Ele o agarrou e se virou para enfrentar as criaturas que agora
bloqueavam a saída.
Com um grito de determinação,
Guillermo atacou o primeiro morto-vivo, cravando o punhal em seu crânio. A
criatura soltou um grito horrível antes de desabar, sem vida. Florencia, vendo
a eficácia da arma, pegou uma pedra e começou a lutar ao lado de Guillermo, que
continuava a perfurar os cérebros dos mortos-vivos.
Depois de uma batalha frenética,
o casal conseguiu derrotar os seres malignos. Exaustos e ensanguentados, eles
saíram da caverna ao amanhecer, o sol nascente iluminando o vale. Florencia e
Guillermo se abraçaram, gratos por estarem vivos e por terem vencido a noite
mais aterrorizante de suas vidas.
Decidiram seguir adiante com cautela, mantendo o punhal como lembrança e proteção. A experiência nas montanhas mudou para sempre suas vidas, ensinando-lhes a importância da coragem e da união diante do inimaginável. E assim, com o coração ainda acelerado, eles continuaram sua jornada, sabendo que haviam sobrevivido a um verdadeiro conto de terror.
Fantasia na biblioteca
Certa vez existiu um escritor chamado David que
trabalhava em sua próxima obra. Ele estava tendo dificuldade em encontrar a
inspiração necessária para completar seu novo romance, então decidiu ir a uma
biblioteca local para procurar ideias.
Ao chegar à biblioteca, David descobriu um livro raro
que o interessou muito. Ele sentou-se em uma mesa vazia e começou a ler
avidamente. À medida que avançava nas páginas, ele ficava cada vez mais
envolvido na história, que se passava em um mundo de fantasia com seres mágicos
e muita aventura.
De repente, David foi surpreendido quando um
personagem do livro entrou na biblioteca e se aproximou dele. O personagem era
um elfo alto e esguio, com orelhas pontudas e cabelos loiros.
"Você está gostando da história?" perguntou
o elfo, com um sorriso.
David ficou chocado e sem palavras por um momento, mas
depois respondeu: "Sim, é incrível. Como você pode estar aqui?"
"Eu sou um personagem de ficção, assim como todos
os outros no livro", explicou o elfo. "Mas eu vim aqui para lhe fazer
uma proposta. Eu gostaria que você escrevesse uma história sobre mim e minhas
aventuras. Eu acredito que você é o escritor perfeito para contar a minha
história."
David ficou perplexo, mas também animado com a ideia
de escrever sobre um personagem tão interessante e envolvente. Ele concordou em
começar a escrever a história imediatamente.
Enquanto David escrevia, ele mergulhava cada vez mais
fundo no mundo de fantasia que havia descoberto. À medida que ele escrevia, sua
história tomava vida e seus personagens ganhavam vida própria.
Mas então algo inesperado aconteceu. Enquanto David
estava trabalhando em sua história, o elfo apareceu novamente. Mas desta vez,
ele estava acompanhado por um grupo de criaturas sombrias e malévolas, que
invadiram a biblioteca e começaram a causar caos.
David se viu lutando pela sobrevivência em uma batalha
épica com seus próprios personagens de ficção. Com muita astúcia e habilidade,
ele conseguiu derrotar os vilões e salvar a biblioteca.
No final, David completou sua história, que se tornou
um grande sucesso. E assim como Hamlet, ele se viu imerso em uma situação de
ficção dentro da ficção, em um mundo de fantasia que ele próprio havia criado.
sexta-feira, 28 de junho de 2024
quarta-feira, 26 de junho de 2024
80's ou 2000's?
Nos anos 80, a música brasileira viveu um período de efervescência criativa, especialmente no rock, que se firmava como um movimento cultural robusto e inovador. Bandas como Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso e RPM capturaram a energia e a inquietação da juventude, criando canções que se tornaram hinos de uma geração. Essas bandas não só dominaram as paradas de sucesso, mas também refletiam um momento histórico de grande transformação política e social, com o fim da ditadura militar e a redemocratização do país.
O rock dos anos 80 no Brasil se destacou pela sua autenticidade e pelo compromisso com a experimentação sonora. Em um cenário onde a tecnologia começava a oferecer novos recursos, os artistas souberam incorporar sintetizadores e efeitos de guitarra sem perder a essência roqueira. As letras das músicas muitas vezes abordavam questões sociais, políticas e existenciais, ecoando as preocupações de uma geração que ansiava por liberdade e mudança.
A performance ao vivo e a estética visual também eram componentes cruciais do rock brasileiro dos anos 80. Bandas como Blitz e Ultraje a Rigor usavam o humor e a irreverência para conectar-se com o público, enquanto Legião Urbana oferecia uma profundidade lírica que ressoava profundamente com os jovens. A televisão, com programas como o “Cassino do Chacrinha” e “Fantástico”, foi um veículo poderoso para a disseminação desses novos sons e imagens.
Em contraste, a música popular brasileira atual é marcada por uma diversidade de estilos e pela influência massiva da produção digital. O sertanejo universitário, o funk carioca e o pop dominam as paradas, refletindo uma sociedade cada vez mais conectada e influenciada por tendências globais. Artistas como Anitta, Luan Santana e Marília Mendonça (in memoriam) exemplificam essa nova era, onde a produção polida e a presença nas redes sociais são tão importantes quanto o talento musical.
Enquanto o rock dos anos 80 era muitas vezes visto como uma forma de resistência cultural, desafiando normas estabelecidas e expressando uma busca por autenticidade, muitos críticos argumentam que a música atual pode ser excessivamente comercial. A produção musical contemporânea, facilitada por tecnologias digitais, tende a ser mais homogênea e focada em fórmulas de sucesso imediato, com refrões repetitivos e batidas cativantes. As letras, embora diversas, muitas vezes enfatizam temas de festa e romance, com menos foco em questões sociais e políticas.
No entanto, é importante reconhecer que a música atual também reflete as complexidades e diversidades da sociedade brasileira contemporânea. Movimentos como o funk ostentação e o rap de periferia dão voz a segmentos da população que antes eram marginalizados, utilizando a música como plataforma de expressão e denúncia social. Além disso, a facilidade de acesso e distribuição digital democratizou a produção musical, permitindo que novos talentos emergam e atinjam um público global.
Em última análise, a comparação entre o rock brasileiro dos anos 80 e os ritmos populares atuais revela tanto a evolução quanto a continuidade na cena musical do país. Enquanto a nostalgia pelo rock dos anos 80 destaca uma época de inovação e resistência cultural, a música atual, com sua diversidade e imediatismo, espelha uma sociedade em constante transformação. Cada era possui suas particularidades e contribuições únicas, compondo um panorama musical rico e multifacetado que continua a evoluir.
sábado, 22 de junho de 2024
a cruz e o caldeirão
é bem certo
que conduzimos ao longo da
vida muitos
cadáveres de nós próprios
(CASTRO, Ferreira de. A Selva.
Rio de Janeiro, Moura Fontes, 1934.)
noite passada algo
não me deixou dormir / a princípio, imaginei que fosse o gato, mas logo
descartei tal hipótese, pois lembrei que ele se foi com as crianças / maldito
acidente/
sem poder descansar,
levantei e fui caminhar pela escuridão da noite, apesar de estar chovendo muito
/ calcei as botas que ganhei da bárbara no meu último aniversário com ela,
acendi um cigarro e saí/
imagens desconexas
tomam conta da minha cabeça: um carro, uma curva, três corpos inertes no
asfalto e eu comprando os presentes de natal / inutilidades, futilidades,
lembranças vãs que agora não passam de instrumentos de tortura / iron maiden/
voltei para casa e,
ainda sem sono, abri uma garrafa de vinho, me embriaguei e caí dormindo / no
dia seguinte, a casa toda cheirava a sexo (?), mas eu estava sozinho /
realidade,
imaginação ou insanidade? a esta altura já não sei mais quem eu sou, nem se
estou vivo ou morto / na verdade, preferiria estar morto, ao menos não ficaria
mais sozinho/
passei a tarde toda
largado no sofá da sala / não levantei nem para ir ao banheiro / controle
remoto na mão, tv a cabo, filmes subnutridos intelectualmente, mulheres nuas
anunciando o tele-sexo e um porta-retrato na estante expondo meu passado / uma
lágrima vagueia pelo meu rosto e vai morrer afogada na taça de champanhe / tristeza
não tem fim, felicidade sim/
outra noite sem
dormir / os minutos custam a passar / dava-se, então, o êxodo, mais trágico e
numeroso do que o dos antigos hebreus nos domínios da cristandade / a
insanidade bate à minha porta e eu abro / ao menos alguém se lembra de mim,
mesmo que seja para me enlouquecer e me levar de vez para junto dos meus/
escrevo estas
memórias com o objetivo de me tornar alguém, nem que para isso tenha que
morrer, pois nada é mais excitante que umas memórias póstumas / mas
infelizmente isso não acontecerá, porque ninguém ao menos sabe que eu existo /
não tenho parentes, vizinhos, nada / não tenho ninguém a quem transmitir o
legado da minha miséria/
sou um ser
solitário, sim, mas quem nunca passou por isso? quem nunca se sentiu um nada?
quem, num momento de loucura, não pensou ser deus? todas essas interrogativas
estão aí para fazê-lo pensar, caro leitor, no quanto nós, seres humanos, somos
insignificantes perante a vida/
já se passaram dois
anos do maldito acidente e ainda não consigo dormir uma noite inteira /
continuo tendo os mesmos pesadelos, minha cabeça continua formulando as mesmas
imagens desconexas: um carro, uma curva e três corpos inertes no asfalto / dois
anos já se passaram e continuo sentindo aquele cheiro insuportável de sexo (?)
pela casa, apesar de nunca mais ter conhecido ninguém que a substituísse/
bárbara...
dois anos já se
passaram e a única coisa que ainda faço regularmente é sair de casa para ir
trabalhar, mesmo que aquilo seja um martírio para mim / pessoas fúteis, q.i.
25, obsoletas/
bárbara... dois anos
já se passaram e eu ainda estou aqui: trabalho, casa, álcool, fumo,
alucinações...
dois anos já se
passaram e a única palavra que eu consigo proferir é: saudade!
noite passada tive
um pesadelo, quando acordei pensei que havia alguém em casa, na verdade era só
a sua lembrança a me atormentar / deitei na cama, abri uma garrafa de licor,
acendi um havana e cerrei os olhos / enquanto tragava e degustava o
licor, outras imagens se formaram em minha mente: posto de joelho em terra, os
meus olhos sôfregos tentaram enquadrar na sombra um corpo desnudado de uma
mulher / um véu cobria seu rosto, ficando oculto todo o tempo, impedindo que eu
desvendasse seu misterioso segredo/
cai a taça de licor
/ mancha no tapete / humo y ceniza pelo quarto / a faxineira não aparece
há meses / disse que eu estava louco e que tinha medo de ser atacada, pois
soube que eu andava falando sozinho e vendo coisas / idiota!
pobres daqueles que
vivem a mesma rotina a vida toda/
maldito acidente/
andando pela rua à
noite, tenho a sensação de estar sendo seguido e vigiado / aperto o passo /
chove / vejo um carro, uma curva e três corpos inertes no asfalto / de súbito corro
para socorrê-los / ao me aproximar, identifico-os: bárbara, meus dois filhos e,
próximo à calçada, meu gato branco...
sexta-feira, 21 de junho de 2024
déjà vu
três e treze da madrugada e nada do sono vir / já tomei meu rivotril, já passei horas lendo, já levantei para comer, voltei a deitar, tomei uma neosaldina para evitar uma possível dor de cabeça, que possa vir a surgir e continuo aqui/
mas não poderia ser diferente, afinal, velhos
hábitos nunca morrem / a madrugada, a escuridão e o silêncio me motivam/
no entanto, o que me trouxe aqui não foi minha
constante insônia física, mas uma inércia mental que insiste em apoderar-se de
mim há tanto tempo, que já perdi a conta / quem me conhece sabe a que me refiro
/ muito tempo se passou, e os sentimentos são os mesmos: dúvida, incompreensão,
medo, solidão, tristeza e saudade/
o que eu acabei de escrever, já foi dito em
outra situação, em outra história (uma que falava de uma cruz e um caldeirão),
mas como nossa existência, ao meu ver, é como um ciclo, o que vivemos não passa
de um constante sentimento de déjà vu
/ nesse caso em especial, um déjà vu
que não me traz nada de bom/
certa vez alguém me disse que, para sermos
felizes, precisamos primeiro amar a nós mesmos e que, se assim o fizermos, a
felicidade externa chegará naturalmente / mas como alguém pode amar a si
próprio se, nos últimos tempos, só vem experimentando sofrimento e desilusão? sinceramente,
não tenho vocação para ghandi, madre teresa, lady di, buda ou padre fábio de melo
/ não é de minha natureza ser esse tipo de pessoa extremamente positiva, quando
o mundo ao meu redor conspira contra / acho que deve ser por isso que não jogo
na loteria, porque não tenho essa característica de, tipo, “agora é minha vez,
vou ganhar”, “cara, hoje sonhei com um sapo, então quer dizer que vou encontrar
a sorte se for a um restaurante asiático e comer pernas de rã fritas” / não!
a vida nos reserva muitas coisas, mas quando
essas “muitas coisas” não saem do jeito que imaginávamos, começamos a
questionar se, realmente, existe este tal de destino / está muito mais para provação do que destino / e por
quantas provações teremos que passar para alcançar o êxtase? e será que existe
esse tal de êxtase? acho que não, pelo menos não no meu caso, afinal, nas
poucas vezes que imaginei tê-lo alcançado, vem a vida, me passa uma rasteira e
caio de cara no chão / já caí tantas vezes, que aprendi a andar olhando para
baixo para, pelo menos, na próxima queda, tentar desviar das pedras mais
afiadas, que poderiam causar danos maiores/
de acordo com o positivismo de comte, o conhecimento científico é a única forma de
conhecimento verdadeiro / e o que isso tem a ver com o que estou dissertando
aqui? na verdade, sob o meu ponto de vista, se não conhecemos nem a nós mesmos,
como podemos chegar a conhecer o mundo? se, cientificamente falando, eu não sei
mais quem sou, devido a diversos fatores externos, nunca chegarei a saber quem
sou verdadeiramente / e se não sei mais quem sou verdadeiramente, qual o motivo
de minha existência?
tudo isso é muito complexo,
mas uma coisa é extremamente simples: se não consigo sentir-me amado por
outrem, como posso sentir-me amado por mim mesmo? eu preciso de estímulos
externos, para que o meu eu interior
perceba que vale a pena seguir adiante / ah, e como quero poder seguir adiante/
mas voltando ao início do meu
raciocínio, estou aqui tentando explicar o porquê de tanto negativismo (dúvida, incompreensão, medo, solidão, tristeza
e saudade)/
por mais difícil que seja,
tais sentimentos estão enraizados no meu ser de tal forma, que já não sei se
posso cortá-los pela raiz, por mais que eu tente/
acredito que por medo de
passar por tudo novamente, meu coração virou uma pedra de gelo e, por mais que
eu tente aquecê-la, o derretimento é tão lento, que torna-se imperceptível e,
praticamente, inexistente/
quero sim, e muito, voltar a
experimentar aquela alegria que sentia antes de que meu mundo desabasse sobre
minha cabeça / quero sim, e muito, voltar a amar e sentir-me amado, mas o
fantasma do fracasso me assombra dia e noite, e essa sensação é uma das com as
quais eu não consigo lidar/
frustração, essa é a palavra
que paira sobre minha existência e enquanto eu não puder eliminá-la da minha
vida, do meu dicionário, jamais voltarei a ser feliz, ah, e como eu gostaria de
voltar a ser feliz/
quarta-feira, 19 de junho de 2024
Cantiga da Desvairada Donzela
Num mundo de ideias,
te perdes, donzela,
Mimada e vazia, sem
mente a brilhar,
Teus caprichos te
cegam, não consegues enxergar.
Mal educada, tu te
mostras ao mundo,
Palavras ríspidas,
gestos de desdém,
Teus modos grosseiros revelam
quem és além.
A beleza foge do teu
rosto tão triste,
Feia é a mágoa que a
alma carrega,
Teu semblante apagado
reflete a dor que não nega.
Na teia de caprichos,
te enredas, menina.
Frustrada por não ser
rainha a mandar,
Tuas vontades infantis
te impedem de enxergar.
Chamaste-me lixo,
título que carrego,
Mas pobre é o coração
que em ti persiste,
Tua fala desdenhosa, é
maldição que me investe.
Em teus desvarios, não
vês a verdade,
No espelho reflete-se
a sombra do teu ser,
Tua ignorância
orgulhosa te faz perecer.
De um camponês que chora o amor não correspondido
Na aldeia vivia um camponês,
que a uma donzela da corte amava.
Seu amor era tão forte e fiel,
mas jamais a donzela lhe olhava.
Seus olhos verdes como o mar,
nunca se voltavam em sua direção.
Seu coração batia em vão,
pois ela não sentia a mesma paixão.
O camponês cantava na beira do rio,
esperando que ela o ouvisse cantar.
Mas ela nunca apareceu,
e seu amor não pode se concretizar.
Oh, amada que não me amas,
por que não me dás uma chance?
Meu amor é sincero e verdadeiro,
não mereço viver na esperança.
Mas o camponês, mesmo sem esperança,
continuou a amá-la em segredo.
Pois às vezes, o amor não correspondido,
é o mais puro e verdadeiro de todos os segredos.
terça-feira, 11 de junho de 2024
(des)humanidade
Nem sempre o que dizemos é o que pensamos. Às vezes pensamos muito, mas dizemos pouco simplesmente com o intuito de não ferir alguém ou simplesmente para não gerar um atrito desnecessário. Isso vale para todas as eferas dos relacionamentos humanos: amor, trabalho, convivência social, enfim, tudo.
Sendo professor nos dias de hoje, muitas, mas muitas vezes mesmo, temos que parar, respirar, contar até um zilhão para não verbalizar aquela enxurrada de impropérios que vêm à nossa boca quando um aluno, ou um grupo deles, fala algo que, numa situação normal de temperatura e pressão e em épocas há muito passadas, seria motivo para acabar com o infeliz ali mesmo, na frente de todos, para que ele entenda, de uma vez por todas, quem manda naquela porra!!
Mas, infelizmente, não é o que acontece, porque hoje, com pais cada vez mais coniventes com as atitudes de seus rebentos, se qualquer pessoa diz algumas verdades na cara dos pequenos (pero no mucho) é motivo pra processo, agressão verbal e, até, física. Então calamos...
...e continuamos sendo escravos de um sistema que permite tudo, desde que seja para o seu próprio bem estar, nunca para o do próximo.
"E assim caminha a (des)humanidade".
sexta-feira, 31 de maio de 2024
Soneto à Rainha
Minha Paola, és minha
rainha amada,
Amor incondicional, que
não tem fim,
Toda minha vida, minha
alma consagrada,
Amar-te-ei eternamente,
assim.
Não há palavras para
expressar
O que sinto por ti, meu
grande amor,
Com tua graça, tudo se torna
fácil de suportar,
Tens um coração que vale
por um tesouro de valor.
Teu sorriso é um raio de
luz,
Tua voz é uma sinfonia em
meu coração,
Teu toque é como um sopro
de Deus.
Minha Paola, minha
rainha, meu tesouro,
O amor que sinto por ti é
puro e verdadeiro,
Serás minha paixão e amor mais fiel e duradouro.Parte superior do formulárioParte inferior do
formulário
segunda-feira, 20 de maio de 2024
Às vezes
Às vezes sei.
Frequentemente imagino.
Raramente acerto,
Mas a vida segue;
Entre idas e vindas,
Entre altos e baixos,
Mas com uma certeza:
Nem o sol, nem a lua
Deixarão de brilhar
No horizonte
Do meu coração.
terça-feira, 16 de abril de 2024
4 Estações
1.
Olhando para a parede,
não a vejo.
Olhando para o chão,
não o sinto.
Pois não há paredes na alma,
nem chão sob os pensamentos.
2.
Se chego, sorriso
Se parto, lágrima
Se sorrio, se achega
Se pranteio, se vai
Hora a hora
É um Barroco emocional
Alegria e tristeza
Do início ao final.
3.
Se penso na vida, divago.
Se penso na morte, jazigo.
Se penso em mim, reflito.
Em você revivo.
4.
Se subo, ela desce.
Se desço, ela sobe.
Se entro, ela sai.
Se saio, ela entra.
Se rio, ela olha.
Se olho, ela ri.
Se choro, ela pensa.
Se penso, ela chora
por não estar ao meu lado
na última partida,
na última hora.
Da Janela
Fim de tarde
Luz no horizonte
Gira (sol) a vida da
Minha janela
Enquanto pássaros
Compõem melodias
Que embalam meus
Sonhos de guri
De tudo que ainda
Não vivi.
O Sonho de Afrodite
Hipnos era um homem solitário, um fotógrafo que vivia em um apartamento pequeno e repleto de imagens que ele mesmo capturara...