Que a Internet e
diversos meios de comunicação digitais emburrecem as pessoas, não se pode
negar. Os jovens são o melhor exemplo disso, mas há que se considerar o fator
humano por trás desse emburrecimento.
Sendo eu professor de
formação e ávido leitor desde a mais tenra idade, percebo na juventude atual, e
incluo aqui aqueles jovens (que hoje não são mais tão jovens) que passaram por
mim desde minha primeira vez como docente, uma dificuldade imensa em conseguir
transformar em palavras, sejam elas escritas ou faladas, os seus sentimentos. E
aqui, reforço, não culpo somente os meios digitais, mas aqueles que, como eu,
estiveram à frente de salas de aula, junto a esses mesmos jovens e não os
corrigiram quando necessário. Refiro-me às “tias” das escolinhas, às
“professorinhas” que passaram o be-a-bá, mas que não se ativeram a corrigir
erros comuns como “ponhá” algo em algum
lugar, “di” um presente para ela,
se eu “vinhesse” mais vezes, só para
citar alguns poucos, mas muito poucos mesmo, exemplos de verdadeiro
esquartejamento da língua de Camões.
Dói ouvir e não
corrigir instantaneamente tais atrocidades. Mas se corrigimos passamos por
metidos, maníacos por perfeição, velhos chatos.
A criança não tem
culpa, pois está aprendendo, mas quando fala errado é obrigação dos pais,
responsáveis e professores corrigirem, sim. – Ah, mas com o tempo aprende!
Um cacete que
aprende!! Depois que viciou, ferrou!! Tem que corrigir quando o vocabulário
está sendo adquirido, tem que perceber e tratar problemas fonoaudiológicos quando
os mesmos estão brotando, tem que chamar na chincha mesmo!!
É obrigação dos pais
incentivar a leitura de bons livros, revistas, jornais. Se vão assistir a um
filme, nada de dublado, bota o moleque pra ler legendas. – Ah, é muito rápido,
tadinho, ele não consegue acompanhar!!
Você mastiga a comida
e regurgita na boca dos teus rebentos? Não! Então bota o marmanjo pra se virar!
Daqui a pouco esses
marmanjos resolvem ser médicos... Imagina só, não sabem nem escrever “exceção”,
vão saber escrever fenil-de-metil-pirasolona-metassulfanato?
Mas o problema não
está só com os jovens. Certa vez meu filho fez uma redação na escola (estava
ele no 5º ou 6º ano, eu acho) e colocou como título “O carrossel da alegria”.
Eis que sua “professora” encontrou aí um erro e pediu que fosse arrumado por
ele. Vocês podem imaginar que erro foi esse? Ela simplesmente riscou o “SS” da
palavra “carrossel”, sobrepôs um “C” vermelho e pediu que ele reescrevesse o
título, que devia ser, conforme seu altíssimo conhecimento da língua
portuguesa, “O carrocel da alegria”...
Assim fica difícil
argumentar quando o moleque escreve no Facebook ou no Instagram “axo q naum vo”!
Vou falar o quê?
Bom, se gostou desse
texto e concorda com o conteúdo, dá um curtir aí, comenta e compartilha para
ver se algum “professor” lê e repensa suas atitudes perante os crimes que vêm
sendo cometidos diariamente contra nossa língua.
Um beijo na boca do
estômago e hasta la vista, baby.
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