As coisas mudam, transformam-se, mas nós não. Nascemos, crescemos, envelhecemos, morremos. E de que adianta?
Às vezes deixamos um legado; um filho ou dois; alguns bens; muitas dívidas, mas tudo isso faz parte de nosso crescimento como pessoa, como seres humanos, afinal, essa é nossa função.
Um dia parei para pensar sobre o que faria de minha vida, qual seria meu objetivo, então conheci uma pessoa que me influenciou a querer ser um escritor. Quanta ingenuidade! Na melhor das hipóteses tornei-me professor, e não dos melhores, mas vou levando, sobrevivendo, fingindo que ensino enquanto eles fingem que aprendem.
Gostaria de poder voltar no tempo. Muitas coisas seriam modificadas, com certeza. Será que eu seria um bom veterinário? E se eu houvesse servido às forças armadas? Poderia estar aposentado com um salário polpudo, mas estou aqui, penando para ganhar um salário de fome em um país que prioriza presidiários em uma campanha de vacinação durante uma pandemia.
Tudo isso vai cansando e chega uma hora em que só o que queremos é jogar a toalha, abandonar o navio, saltar do avião sem pára-quedas.
Enquanto isso vou levando, sobrevivendo, me arrastando, esperando que, um dia, tudo mude.
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