quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O Emburrecimento da Juventude Digital

Que a Internet e diversos meios de comunicação digitais emburrecem as pessoas, não se pode negar. Os jovens são o melhor exemplo disso, mas há que se considerar o fator humano por trás desse emburrecimento.
Sendo eu professor de formação e ávido leitor desde a mais tenra idade, percebo na juventude atual, e incluo aqui aqueles jovens (que hoje não são mais tão jovens) que passaram por mim desde minha primeira vez como docente, uma dificuldade imensa em conseguir transformar em palavras, sejam elas escritas ou faladas, os seus sentimentos. E aqui, reforço, não culpo somente os meios digitais, mas aqueles que, como eu, estiveram à frente de salas de aula, junto a esses mesmos jovens e não os corrigiram quando necessário. Refiro-me às “tias” das escolinhas, às “professorinhas” que passaram o be-a-bá, mas que não se ativeram a corrigir erros comuns como “ponhá” algo em algum lugar, “di” um presente para ela, se eu “vinhesse” mais vezes, só para citar alguns poucos, mas muito poucos mesmo, exemplos de verdadeiro esquartejamento da língua de Camões.
Dói ouvir e não corrigir instantaneamente tais atrocidades. Mas se corrigimos passamos por metidos, maníacos por perfeição, velhos chatos.
A criança não tem culpa, pois está aprendendo, mas quando fala errado é obrigação dos pais, responsáveis e professores corrigirem, sim. – Ah, mas com o tempo aprende!
Um cacete que aprende!! Depois que viciou, ferrou!! Tem que corrigir quando o vocabulário está sendo adquirido, tem que perceber e tratar problemas fonoaudiológicos quando os mesmos estão brotando, tem que chamar na chincha mesmo!!
É obrigação dos pais incentivar a leitura de bons livros, revistas, jornais. Se vão assistir a um filme, nada de dublado, bota o moleque pra ler legendas. – Ah, é muito rápido, tadinho, ele não consegue acompanhar!!
Você mastiga a comida e regurgita na boca dos teus rebentos? Não! Então bota o marmanjo pra se virar!
Daqui a pouco esses marmanjos resolvem ser médicos... Imagina só, não sabem nem escrever “exceção”, vão saber escrever fenil-de-metil-pirasolona-metassulfanato?
Mas o problema não está só com os jovens. Certa vez meu filho fez uma redação na escola (estava ele no 5º ou 6º ano, eu acho) e colocou como título “O carrossel da alegria”. Eis que sua “professora” encontrou aí um erro e pediu que fosse arrumado por ele. Vocês podem imaginar que erro foi esse? Ela simplesmente riscou o “SS” da palavra “carrossel”, sobrepôs um “C” vermelho e pediu que ele reescrevesse o título, que devia ser, conforme seu altíssimo conhecimento da língua portuguesa, “O carrocel da alegria”...
Assim fica difícil argumentar quando o moleque escreve no Facebook ou no Instagram “axo q naum vo”! Vou falar o quê?
Bom, se gostou desse texto e concorda com o conteúdo, dá um curtir aí, comenta e compartilha para ver se algum “professor” lê e repensa suas atitudes perante os crimes que vêm sendo cometidos diariamente contra nossa língua.

Um beijo na boca do estômago e hasta la vista, baby.

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