domingo, 28 de julho de 2024

Poetando por aqui

Oi. Estou levando a vida.
Um dia bem,
dois nem tanto,
três avistando o fim do poço,
quatro tentando subir,
cinco agarrando-me num fio de esperança,
seis apoiando-me nas beiradas
e sete descansando da batalha.

--

No escuro da noite
Asas silenciosas
Rompem o espaço
Buscam abrigo
Embaladas pelo silêncio
Que antecede
O derradeiro suspiro
Da esperança

--

Música da alma
Música do corpo
Acordes, tons, ritmos
No pulsar do coração
A energia no compasso
De uma vida afogada
Num copo de lágrimas

--

Manhã de lágrimas
Tarde de chuva
Noite vazia
Só lembranças
Um ser atormentado
Desiludido, acabado
Desejando o inominável
Um fim desta vida execrável
Um fim definitivo
Inquestionável
Um fim de tudo
Da dor, da culpa
Do sofrimento
Um fim além do material
Um fim
Da existência
Da esperança
De mim

--

Na escuridão,
Ouço a voz do medo
Povoado de horrores.
A mente se(me) engana
Buscando um motivo,
Um único motivo,
Como um sinal do destino
Que espera o melhor momento
Para crescer e dominar
(In)conscientemente
Minhas ações
E levar-me ao fim.

--

O dia vira noite
Minha alma escurece
As lágrimas brotam
Como gotas de chuva
Inundando meu ser
Minha vida
Que sobrevive
E só espera
Que o último suspiro
Transborde e preencha
Minha existência vazia

--

Nos ecos vazios do quarto,
sussurros de um amor desfeito,
cada esquina do silêncio,
um grito mudo, uma lágrima.

A lua é testemunha do pranto,
a dor caminha lenta, sem fim.
A cada passo, tropeço
em memórias que residem em mim.

Recolho os cacos do coração,
como estrelas colhidas na praia.
Tentando juntar pedaços
de um eu perdido na escuridão.

Mas a vida, em sua teimosia,
insiste em florecer, mesmo no inverno,
e entre as cicatrizes e a agonia,
brota uma esperança, um novo eterno.

--

Um coração vazio
Sofre, chora, espera
Que a vida lhe conceda
Alguns poucos,
Mas significativos,
Momentos de paz
E que a paz o preencha
Novamente com calor
Impedindo que se torne
Um deserto de emoções
Que implora pelo
Tão sonhado
Renascimento

--

A vida é como a música...
Se bem executada,
Acalma.
Se erramos uma nota,
Perdemos o rumo,
Nos perdemos.
Para entrar no ritmo,
Fecha os olhos,
Sente a vibração...
Porque a vida
Não é só barulho
Quando obedeces
Teu coração.

--

O amor é um oceano
Profundo
Desconhecido
Silencioso
Se queremos decifrá-lo
Mergulhamos de cabeça
Mas devemos ter cuidado
Pois se nos falta o ar
Arriscamos perdê-lo
E se perdemos
Afundamos em seus
Inevitáveis mistérios
E não mais alcançamos
A desejada superfície

--

Chorei
Não porque quis chorar
Mas porque feri a mim
E, principalmente,
A ti
Por isso chorei

Chorei
Não porque quis chorar
Mas porque matei
O amor que sentias por mim,
Por nós

Chorei
E eternamente chorarei
Por não mais vê-la sorrir
Por não mais senti-la
Me amar

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Cansado

 Quando o medo, a tristeza e a decepção batem à porta, eu abro, pois estou simplesmente cansado.

domingo, 7 de julho de 2024

Desejos obscuros

Manhã de lágrimas

Tarde de chuva

Noite vazia

Só lembranças

Um ser atormentado

Desiludido, acabado

Desejando o inominável

Um fim desta vida execrável

Um fim definitivo

Inquestionável

Um fim de tudo

Da dor, da culpa

Do sofrimento

Um fim além do material

Um fim

Da existência

Da esperança

De mim

quinta-feira, 4 de julho de 2024

Tu

 Ah, meu amor...

Tu és minha luz na escuridão,

És a mais bela rosa do meu jardim...

Tu que tens a chave do meu coração,

És a única a calar este pranto sem fim.


Ah, meu amor...

Tu és meu sol na manhã dominical,

És uma abelha sugando meu mel...

Tu que tens o cheiro do orvalho matinal,

És a única a tirar de minha boca este fel.


Ah, meu amor...

Tu és como um pássaro, linda, solta,

És a areia fina na qual hei de me deitar...

Tu que tens a força de águas revoltas,

És a única capaz de, por amor, me matar.


Ah, meu amor...

Tu és como o fogo, quente, sensual,

És a brisa fresca que vem me refrescar...

Tu que tens o poder de ser imortal,

És a única a quem poderia me entregar.


Ah, meu amor...

Tu és meu pecado, desejo carnal,

És minha vida, minha luta, minha razão...

Tu que tens capacidade de me fazer bem ou mal,

És a única a adentrar meu coração.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Nas Montanhas da Morte: A Saga de Florencia e Guillermo

Era uma tarde tranquila quando Florencia e Guillermo decidiram explorar as montanhas remotas no interior da Argentina. O ar fresco e o som distante dos riachos faziam parecer que estavam em um paraíso escondido, longe da agitação da cidade. Com suas mochilas cheias e corações cheios de aventura, eles partiram sem imaginar o pesadelo que os aguardava.

Conforme a tarde avançava, as nuvens começaram a se acumular, escurecendo o céu. O casal se viu envolto por uma neblina espessa que obscurecia a trilha. Eles tentaram seguir os sinais, mas logo perceberam que estavam perdidos. A ansiedade crescia com a chegada da noite, e o frio se tornava mais intenso.

Decidiram montar acampamento próximo a uma caverna, acreditando que seria um refúgio seguro até o amanhecer. No entanto, à medida que a noite caía, sons estranhos ecoavam ao redor deles. Florencia e Guillermo se entreolharam, tentando manter a calma, mas a tensão era palpável.

De repente, o silêncio foi quebrado por um gemido gutural. Do interior da caverna, surgiram figuras disformes, com olhos opacos e pele cadavérica. Eram seres mortos-vivos, condenados a vagar eternamente pela montanha. Florencia e Guillermo congelaram de terror enquanto as criaturas se aproximavam lentamente, seus olhos vazios fixos nos corações pulsantes dos jovens.

"Precisamos sair daqui!", gritou Guillermo, agarrando a mão de Florencia. Eles correram, mas os mortos-vivos eram rápidos, movidos pela fome insaciável de corações humanos. Em um momento de desespero, Florencia tropeçou e caiu. Guillermo tentou ajudá-la, mas uma das criaturas já estava sobre ela, pronta para atacar.

De repente, uma ideia passou pela mente de Guillermo. Ele se lembrou de uma lenda indígena que ouvira na infância, sobre um antigo punhal escondido em uma caverna nesta mesma montanha, capaz de aniquilar os mortos-vivos ao atravessar seus cérebros. Com um novo senso de propósito, ele puxou Florencia e correu em direção à caverna que haviam visto antes.

Entraram na caverna e começaram a procurar freneticamente. O som dos mortos-vivos se aproximava, cada vez mais alto. Finalmente, Guillermo avistou algo brilhando em uma fenda na rocha. Era o punhal! Ele o agarrou e se virou para enfrentar as criaturas que agora bloqueavam a saída.

Com um grito de determinação, Guillermo atacou o primeiro morto-vivo, cravando o punhal em seu crânio. A criatura soltou um grito horrível antes de desabar, sem vida. Florencia, vendo a eficácia da arma, pegou uma pedra e começou a lutar ao lado de Guillermo, que continuava a perfurar os cérebros dos mortos-vivos.

Depois de uma batalha frenética, o casal conseguiu derrotar os seres malignos. Exaustos e ensanguentados, eles saíram da caverna ao amanhecer, o sol nascente iluminando o vale. Florencia e Guillermo se abraçaram, gratos por estarem vivos e por terem vencido a noite mais aterrorizante de suas vidas.

Decidiram seguir adiante com cautela, mantendo o punhal como lembrança e proteção. A experiência nas montanhas mudou para sempre suas vidas, ensinando-lhes a importância da coragem e da união diante do inimaginável. E assim, com o coração ainda acelerado, eles continuaram sua jornada, sabendo que haviam sobrevivido a um verdadeiro conto de terror. 

Fantasia na biblioteca

 

Certa vez existiu um escritor chamado David que trabalhava em sua próxima obra. Ele estava tendo dificuldade em encontrar a inspiração necessária para completar seu novo romance, então decidiu ir a uma biblioteca local para procurar ideias.

Ao chegar à biblioteca, David descobriu um livro raro que o interessou muito. Ele sentou-se em uma mesa vazia e começou a ler avidamente. À medida que avançava nas páginas, ele ficava cada vez mais envolvido na história, que se passava em um mundo de fantasia com seres mágicos e muita aventura.

De repente, David foi surpreendido quando um personagem do livro entrou na biblioteca e se aproximou dele. O personagem era um elfo alto e esguio, com orelhas pontudas e cabelos loiros.

"Você está gostando da história?" perguntou o elfo, com um sorriso.

David ficou chocado e sem palavras por um momento, mas depois respondeu: "Sim, é incrível. Como você pode estar aqui?"

"Eu sou um personagem de ficção, assim como todos os outros no livro", explicou o elfo. "Mas eu vim aqui para lhe fazer uma proposta. Eu gostaria que você escrevesse uma história sobre mim e minhas aventuras. Eu acredito que você é o escritor perfeito para contar a minha história."

David ficou perplexo, mas também animado com a ideia de escrever sobre um personagem tão interessante e envolvente. Ele concordou em começar a escrever a história imediatamente.

Enquanto David escrevia, ele mergulhava cada vez mais fundo no mundo de fantasia que havia descoberto. À medida que ele escrevia, sua história tomava vida e seus personagens ganhavam vida própria.

Mas então algo inesperado aconteceu. Enquanto David estava trabalhando em sua história, o elfo apareceu novamente. Mas desta vez, ele estava acompanhado por um grupo de criaturas sombrias e malévolas, que invadiram a biblioteca e começaram a causar caos.

David se viu lutando pela sobrevivência em uma batalha épica com seus próprios personagens de ficção. Com muita astúcia e habilidade, ele conseguiu derrotar os vilões e salvar a biblioteca.

No final, David completou sua história, que se tornou um grande sucesso. E assim como Hamlet, ele se viu imerso em uma situação de ficção dentro da ficção, em um mundo de fantasia que ele próprio havia criado.

A boa música nunca morre